Comandante Rogério Prunes de Abreu
Este é o
Comandante Rogerio Prunes de Abreu mais conhecido como Rogerio Maconha:
Comandante Rogério Maconha. Poucos pilotos desconhecem essa
lenda da aviação brasileira. Aposentado,
74 anos, Maconha vive em um pequeno apartamento em Copacabana, Rio de Janeiro.
Já foi considerado o melhor piloto de garimpo do Brasil. Por "piloto de
garimpo" entenda-se alguém louco o suficiente para botar no avião até 60%
a mais de sua capacidade de carga - e voar horas sobre a selva. Foi o que
Maconha fez, de 1947 a
1997. Ganhou e perdeu muito dinheiro. Pintou o caneco. Casou-se 15 vezes e caiu
19 na selva. O apelido? Em 1950V, os aeroviários realizaram uma assembléia no
aeroporto Santos-Dumont. Saguão lotado, eis que sobe ao estrado o então
co-piloto Rogério Prunes de Abreu, gaúcho de Cachoeira do Sul. Já devidamente
alcoolizado e com a juba despenteada. Acontece que no dia anterior havia sido
preso na Praça Mauá um tal Zé Maconha, igualmente cabeludo. A foto saiu na
primeira página dos jornais. Nosso co-piloto mal teve tempo de falar. Do fundo,
um gaiato gritou: "Rogério Maconha!". Pronto. A alcunha grudou para
sempre. "O engraçado é que só provei a droga no fim da vida", conta.
"E vi que perdi muito tempo - é melhor que cigarro americano",
compara o comandante, que conta a seguir alguns de seus melhores historias:
"Está gravando? Bom, aprendi a voar lá pelos 20 anos,
não lembro muito bem, num curso que tirei no aeroclube de Cachoeira do Sul.
Idéia de um amigo de meu pai. Até então, nunca tinha pensado em avião. Porra , naquela
idade eu gostava era de sacanagem. Tenho pra mim que comecei a voar por não ter
me segurado em lugar nenhum da vida.
Meu primeiro emprego foi na [companhia aérea] Cruzeiro do
Sul, no Rio, como co-piloto num DC-3. Foram quase três anos de vida boa. Aí,
meu filho um dia arria minha noiva, Amélia, aqui com a família. Porque eu era
noivo lá no Sul, esqueci de dizer. Ela era maravilhosa, mas eu queria
desmanchar. Uma noite, expliquei o caso. E ela me entendendo: 'Rogério, até
sei, estás tendo a vida que idealizaste sempre'. Fizeram tanta pressão que,
porra, marquei a data. O casamento durou três meses. Os pais dela botaram três
advogados em cima e fui obrigado a dar 50 % dos meus vencimentos. Isso foi em 1953”
"Comprei um bimotor e passei a levar lagosta para
Miami. O avião era para 600 quilos . Mas eu botava uma tonelada”
"Aí pedi demissão da Cruzeiro e também uma passagem
para Boa Vista, Roraima. De lá fui para a Venezuela e, depois, puxar carga em
Trinidad e Tobago [arquipélago em frente à Venezuela, no Mar do Caribe], com
ótimo salário e o direito de transportar 200 quilos do que quisesse. Aí, porra,
comecei a ganhar grana. Em Trinidad, conheci um dono de hotel que tinha negócio
com pescado. Comprei um bimotor Beechcraft e passei a levar lagosta para Miami.
O avião era para 600 quilos, eu botava uma tonelada. Um dia, trocamos as
lagostas por whisky que era mais negocio e não apodrecia.Foi muita grana”
Galões de rum
"Em Tobago, comecei também a ficar conhecido pelas aeromoças que vinham da Europa e de Nova York. Fazíamos luau numa caverna que tinha lá. As aeromoças traziam eletrola, cobertores de bordo, tira-gosto, lampião, música. E eu levava uns galões de rum, o melhor do mundo, que é o Fernandez Vat 19, produzidoem Trinidad. Uma vez
deu pane num avião cheio de turistas que queriam conhecer Tobago e aí me
pediram para levá-los no meu aviãozinho. Um dia leva ali, outro dia acolá, isso
me deu abertura para poder fazer táxi aéreo entre as ilhas. Então,
informalmente criei esse tipo de transporte na região.
"Mas não é que um dia deu saudade do Brasil? Então vendi meu Beech e comprei outro no Rio. Aqui encontrei um amigo meu, contrabandista. Quer dizer, piloto. É que contrabandista é pejorativo. Nosso negócio era levar e trazer sem a alfândega saber. Mas zero entorpecente, porra. Nunca houve. Meu estilo é liberdade total, sem preocupação, entende? A maior riqueza do homem é a cabeça gelada. Meu amigo: 'Olha, lá em Caracas estão comprando jóias e lá fomos nós”
"Em Tobago, comecei também a ficar conhecido pelas aeromoças que vinham da Europa e de Nova York. Fazíamos luau numa caverna que tinha lá. As aeromoças traziam eletrola, cobertores de bordo, tira-gosto, lampião, música. E eu levava uns galões de rum, o melhor do mundo, que é o Fernandez Vat 19, produzido
"Mas não é que um dia deu saudade do Brasil? Então vendi meu Beech e comprei outro no Rio. Aqui encontrei um amigo meu, contrabandista. Quer dizer, piloto. É que contrabandista é pejorativo. Nosso negócio era levar e trazer sem a alfândega saber. Mas zero entorpecente, porra. Nunca houve. Meu estilo é liberdade total, sem preocupação, entende? A maior riqueza do homem é a cabeça gelada. Meu amigo: 'Olha, lá em Caracas estão comprando jóias e lá fomos nós”
Senhora do Presidente
"Pegamos uma italiana, linda, e enfeitamos a gringa de brilhantes. Chegando lá, um tenente da Força Aérea Venezuelana, amigo meu, me apresentou a um judeu, que comprou tudo. Quer dizer, guardei umas semipreciosas comigo, né? Então teve um coquetel no Palácio do Governo,em Caracas. E lá fui eu.
Lá pelas tantas, disse para a senhora do Presidente, uma gorda feia: 'Trouxe
uma lembrança'. A mulher quase desmaiou com a jóia que dei. Rapaz,abri a
Venezuela pra min.
"Pegamos uma italiana, linda, e enfeitamos a gringa de brilhantes. Chegando lá, um tenente da Força Aérea Venezuelana, amigo meu, me apresentou a um judeu, que comprou tudo. Quer dizer, guardei umas semipreciosas comigo, né? Então teve um coquetel no Palácio do Governo,
Dinheiro no bolso, voltei a Boa Vista, onde não havia pão
porque o trigo chegava de balsa e não havia balsa no verão. Aí fui falar com o
governador: 'Excelência, posso trazer pão, entende, a preço simbólico'. A troca
era ele me dar uma licença de pouso sem o Rio de Janeiro saber. Passei, assim,
a distribuir farinha para o pessoal. Uma noite, acordei com umas metralhadoras
na minha cara. O governador queria falar comigo. 'Comandante, o problema é que,
depois que você chegou aqui, Boa Vista ficou cheia de motoca!' Na realidade,
era esse meu lucro, uns motores para bicicleta que eu levava no porão do avião.
O trigo era só disfarce. Aí, porra, prenderam meu avião. Passei uns 40 dias
planejando minha fuga. Um dia, estava a cidade toda entretida com a chegada de
um avião da Cruzeiro e outro da FAB. Aproveitei, peguei meu avião, decolei
atravessado! Arranquei uma cerca, puxei o manche e – bleft ! – arranquei a
cumeeira do Palácio do Governo.
Puxa, como tenho saudade dessa época! Mas, bom, fui para a
Guiana Francesa e de lá para os Estados Unidos. Em princípio de 1955, voltei
para o Brasil. Quando cheguei em Belém, uns pilotos me viram num bar. 'Pô,
Maconha, onde é que tu anda?' Disse que estava indo para o Rio descansar, mas
eles insistiram que eu ficasse trabalhando com eles puxando carga de Goiás. Aí,
rapaz, fiquei sete anos fazendo isso. Tive acidente, um ano no hospital. Mas
deixa pra lá. Acidente não vou contar, não. Prefiro lembrar só da vida mansa
que tive."
Entrevista do Comandante Rogerio Maconha ao artigo ingles "The Goldminer" que fala sobre os garimpos
Tradução
Eu tenho sessenta-quatro anos mas nunca muito velho a
parafuso, disse " ele
e apagou fumaça das narinas grandes dele. Ele
escovado o cabelo dele atrás e bateu à testa dele.
" É principalmente metal em aqui.
De meu estrondo em Mato
Grosso. Eu voei a
maldição direito plano no banco de rio.
Isto
era um anfíbio. Eu
perdi um do flutuações voar. Deva
deu uma árvore com o modo fora. Assim lá eu estava, meio pássaro,
meio peixe. Eu não
pude pousar em água e eu não pude pousar em
terra. Assim, eu
tentei pousar na margem do rio: meio
molhe, meia terra. Um
erro de cálculo leve. Isso é tudo. Mesmo
pequeno. Mas o dano
era grande. Destruído o avião.
Meu co-piloto morreu.
Foi esmagado a morte. Eu fui
pelo
pára-brisa. Sem
dinheiro ambas minhas pernas, embriagado para cima minha cabeça
e materiais internos.
Eu tinha sorte. Era o único tempo
dentro meu
vida eu não estava usando meu cinto de segurança. Minha estrela lustra. Deus,
como meus brilhos " de estrela.
" Uma vez, eu fui contratado por um sujeito para cima
em Columbia correr
carga de contrabando de um lado para outro de Manaus
para
Bogota. Ele teve um armazém
cheio de materiais, inclusive um
pilha de ferro de corrugated. Assim, eu achei um sujeito em Manaus
isso precisou de ferro de corrugated. Ele me prometeu trinta
mil dólares para uma remessa dos materiais. Ele teve
planos para vender isto ao governo para um lucro
grande. Bem,
Eu paguei este sujeito em Columbia quinze mil dinheiro
vivo
a pilha dele de ferro de corrugated. Quando eu entreguei isto para o
sujeito em Manaus ele se retirou e me falou ele só teve
dez mil. Sabido eu
não pude voltar para Columbia
com o ser de material ilegal e tudo, assim ele tentou
atarraxar
eu. Ninguém me
atarraxa. Eu lhe disse que caísse morto.
Então
Eu peguei o avião para cima em cima da parte mais pobre de
cidade e
lançado todos o férreo fora a porta, uma folha de cada
vez.
Você deveria ter visto a corrida pobre de um lado para
outro
abaixo lá tentando adquirir os materiais. Cobertura imediata de
céu. Eles pensaram
que era um milagre ".
Ele sorriu, soprado no Camelo dele novamente, esfregou o
seu
barriga de cerveja e virou para cima o volume do registrador
de fita.
O Segundo Concerto de Piano de Rachmaninoff. Ele encheu um tiro
copo cheio de uísque e segurou isto até a luz, como ele
estava inspecionando um diamante.
" Para o garimpo, mina o ouro, só o avião
trabalhado. Mas a
tempo, eles construíram estradas e trouxeram
caminhões. Isso é
quando perder interesse por mim. Isso é
quando
Eu parto, quando não é interessante. Assim, eu fui o
Tapajos. Depois disso
eu fui para Porto Velho. Eu sempre
sou
primeiro. Mas em
pouco tempo, duzentos aviões, então,
trezentos.
Incrível. Assim eu parti e
fui
Amapa'. Seguro bastante, aquela companhia mineira
maldita
Paranapanema se apareceu, estradas feitas e uma vez mais
eu
adquirido o inferno fora.
Eu voltei para o Rio de Tapajos.
Isso é
onde eu conheci Elton Rohnelt. Nós fizemos planos, planos grandes,
e então foi para o Alto Rio Negro.
Nós ficamos dois anos lá.
Limpado o lugar.
Havia muito ouro, muitos colombianos, também. Eles
querido o ouro, mas nós tivemos mais armas. Mais intestinos. Eles
corrido depois que eles figurassem que nós não estávamos
partindo sem o ouro.
Além, estava em nosso lado da borda. Eles tiveram nenhum
corrija a isto, o bastards.
Atrás disso, eu vim aqui, para Roraima. Eu fui o primeiro
um aqui, também. Eu
chamado Elton. Isso estava em 1986. O resto
é história. Eu me
operei. Lata. Cinco
cem mil hectares, praticamente direito onde
todo o mundo está minando agora. No Surucucu', se aproxime o Parima
Rio, no Vale de Ua-wa-wari.
Mas durante o
ditadura em 1972 eles me expulsaram e fizeram o
coisa inteira um parque nacional. Eu perdi minha reivindicação. Depois,
eles venderam isto para Descascar Óleo que tirou de
oitocentas toneladas
de lata. Eu não
adquiri nada. Mas não preocupa. Eu
levarei ao cuidado de
eu porque eu não deixo, dammit, eu sou o Rogério Prunes
de o Abreu ".